O que aconteceu com a gente?


Acho que nem eu consigo explicar. Creio que vai além das minhas teorias, vai além da minha (limitada) mente... Vai além das minhas convicções, vai além da minha aparência, vai além do que eu aprendi.
Eu buscava Deus, nos meus primeiros três anos de conversão, todos os dias trancado no meu quarto, para que ninguém me interrompese. Era meu momento com ele ao som de algumas músicas de adoração e a Bíblia apenas.

Hoje, já não consigo parar para ter um momento como esse. No inicio achei que estava me afastando de Deus, mas não conseguia acreditar nisso porque eu ainda o sentia do meu lado. E como nos relacionamos hoje?

Todo dia gosto de acordar as 5:40 e sair pra caminhar. A rua ainda está fria, com uma densa neblina e não há carros passando e muito menos pessoas... Somente eu, o frio, a lua de um lado e o sol nascendo do outro e Jesus.

São nesses preciosos minutos que conto tudo do meu dia pra ele, que compartilho meus problemas, meus sonhos... É ali que ele fala comigo, me corrige e acima de tudo me ama.

São momentos simples e ordinários como esse que revelam a grandiosidade do meu Deus, que revelam o quanto ele é complicado ao ponto de criar árvores tão detalhadas e simples ao usar um raio do sol nascendo pra me dizer: eu estou aqui, não preciso de religiosidade, de inovações, de repetições... E sim do seu coração.

O que aconteceu com a gente?
Por onde andamos que estamos tão longe nos preocupando no que os outros pensam, em como mostrar que somos cristãos descolados?

Por que evitamos ser a Igreja que deveríamos ser para sermos vozes gritando contra a multidão? Por que queremos mostrar que somos modernos, inovadores e revolucionários se nos esquecemos que o evangelho é simples, poderoso e envolvente?

Às vezes gostamos de pensar que estamos criando a evolução do cristianismo enquanto ele continua o mesmo...

2 comentarios:

Bia disse...

Que coisa mais linda seu texto moço! Eu andei me perguntando essa semana por onde foi que eu me perdi, realmente parece que o Evangelho de hoje é cheio de enfeites, mas nada simples!

Reinam Ribeiro disse...

Ontem enquanto tinha um desses momentos com Deus. Disse que sentia saudades dos momentos de detrás das malhadas, uma referência ao rei Davi quando ainda era um simples pastor de ovelhas no anonimato, quando tocava sua harpa sem a crítica de Saul por perto querendo matá-lo. Às vezes o ministério pesa a responsabilidade de ser líder, referencial, influenciador, quando Deus espera simples momentos como esses, de irmos para trás das malhadas e nos recostarmos em seu peito e adorar.